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A trama de A Bruxa se a em 1630, na Nova Inglaterra, onde uma família de puritanos vive isolada nas franjas de uma floresta, depois de ter sido expulsa da colônia por conta do rigor religioso de seu patriarca, William (Ralph Ineson). Depois que o bebê do clã é roubado por uma bruxa, o medo e o fervor religioso começam a dividir a família: a mãe, Katherine (Kate Dickie), desconfia que a filha mais velha, Thomasin (Anya Taylor-Joy), que estava cuidando da criança quando ela sumiu, seja uma feiticeira – ao mesmo tempo em que o casal de gêmeos pequenos, sempre às voltas com um bode preto, reforça a acusação à irmã.

Produção baratíssima – custou apenas US$ 3,5 milhões –, A Bruxa é eficaz em recriar a austera vida dos colonos ingleses nos Estados Unidos de princípios do século 17, em que a cenografia e o figurino encontram eco na fotografia de Jarin Blaschke, calcada na luz natural e de velas, e na música solene de acento sacro de Mark Korven. Baseado em relatos registrados por jornais e documentos de tribunais da época, A Bruxa perturba por não se restringir a uma abordagem unívoca, mostrando que o horror habita tanto o lado de fora, na floresta, quanto o interior da mente dos personagens. Em A Bruxa, o mal é delírio e realidade: o enredo dá a mesma atenção para a histeria coletiva e o fanatismo de episódios históricos célebres como o das chamadas bruxas de Salem (também na Nova Inglaterra, em 1692) e o das freiras possessas de Loudun (na França, em 1634) e para o imaginário ligado à iconografia demoníaca, criando cenas que lembram as representações de bruxarias das gravuras e das pinturas negras de Goya.


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