Ouça uma das conversas entre o piloto e as torres de controle, com  o relato completo do avistamento

Dos 45 documentos relacionados ao Rio Grande do Sul, 19 são de 1996. Destes, 15 avistamentos ocorreram entre 20 e 23 de março, a maior parte na região de Pelotas e arredores. Em outubro daquele ano, ocorreu um dos relatos gaúchos mais conhecidos: o caso Westendorff.

Liberação dos arquivos

A decisão do governo de abrir publicamente arquivos que eram guardados sob sigilo ocorreu depois de uma campanha nacional organizada pela Revista UFO, em 2004, que pedia a liberdade de informação para os registros relacionados ao tema. Em janeiro de 2005, a Aeronáutica contatou a Comissão Brasileira de Ufólogos. Cinco meses depois, durante uma reunião entre as partes, em Brasília, a Comissão teve o aos documentos, que só foram liberados publicamente em 2007.

— A Aeronáutica tem sido muito transparente desde a primeira liberação de documentos. A cada seis meses até um ano, os documentos foram sendo liberados por década. Quando fizemos a campanha, não pleiteamos que os documentos fossem para a Comissão Brasileira de Ufólogos, mas para toda a sociedade brasileira — relata o ufólogo, editor da revista UFO e integrante da Comissão Brasileira de Ufólogos Ademar José Gevaerd.

Em agosto de 2010, uma portaria foi publicada no Diário Oficial da União regulamentando como a Aeronáutica deveria proceder com notificações de óvnis no espaço aéreo brasileiro. O documento determinou que o Comando da Aeronáutica (Comaer) deveria se restringir ao registro de ocorrências e ao encaminhamento do material para o Arquivo Nacional. Já o Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (Comdabra) foi indicado como a organização do Comaer responsável por receber e catalogar os registros referentes a óvnis relatados, em formulário próprio, por usuários dos serviços de controle de tráfego aéreo e encaminhá-los regularmente ao Centro de Documentação e Histórico da Aeronáutica (Cendoc), responsável por arquivar cópias e enviar os originais ao Arquivo Nacional.

Confira cinco ocorrências gaúchas registradas no Arquivo Nacional

Pelotas - 18/11/1999

Numa madrugada, em Pelotas, um empresário de 46 anos avistou e registrou um objeto de forma arredondada se deslocando de Sul para Norte. Por 40 minutos, o objeto chegou a ficar parado. A esfera variava entre as cores branca e amarela. Apesar de o registro no AN informar que há imagens do avistamento, elas não estão disponibilizadas de forma digital.

O relato do empresário, que estava com outras duas pessoas, foi feito ao Cindacta 2. No relatório, diz que "o objeto era enorme (do tamanho de um pequeno estádio de futebol) e deslocava-se com uma velocidade muito alta, ao mesmo tempo em que emitia uma luz branca com tonalidades amarelas. Veio do quadrante sul (em relação ao observador) e parou logo num ponto a nordeste do observador. Lá permaneceu por aproximadamente 40 minutos, e de vez em quando saíam luzes menores (brancas ou amarelas) e iam até o solo. Com a luz do sol, segundo o relator, o enorme objeto foi ficando invisível e desapareceu. O relator informou que filmou o objeto durante muito tempo e que seu filho ficou com medo. Também disse que durante o tempo em que o objeto pairava, uma aeronave aproximou-se vindo na direção noroeste, sentido sudeste e ou por baixo do objeto".

Tapera - 19/03/1996

Eletricista de 36 anos e a filha, de 10 anos na época, deslocavam-se da cidade para o interior quando avistaram um objeto oval em baixa altitude, parecendo um farol de automóvel. Ele se deslocava em velocidades diferentes e acompanhou o carro por 45 minutos. O céu estava limpo.

No relatório, aponta que havia um filme de excelente qualidade, mas não está disponível digitalmente.

Pelotas - 20/03/1996

Médico de 44 anos saía de casa com familiares quando visualizou, por volta das 18h45min, a Oeste, um objeto redondo com reentrâncias. No relatório, consta que era maior que uma estrela e apresentava cor branca. O objeto se deslocava lentamente de forma horizontal, na linha do horizonte. Por mais de uma hora, ele e os familiares o filmaram. O céu estava sem nuvens. O objeto mudou de cor para vermelho e desapareceu. O relatório acusa que há um filme mostrando o objeto, mas não está disponível digitalmente.

Pelotas - 5/10/1996

Durante um voo no avião EMB 712 Tupi, o empresário e piloto Haroldo Westendorff observou um objeto de forma piramidal com extremidades arredondadas que girava em torno de si, sem emitir sons ou qualquer tipo de fumaça. O fato ocorreu sobre a Lagoa dos Patos e durou cerca de 30 minutos. O céu estava parcialmente nublado e, segundo o piloto, o objeto voador se movia lentamente na direção do Oceano Atlântico. Ele se aproximou a uma distância de cerca de 300 metros e viu que a nave era formada por oito lados com saliências que pareciam ser janelas.

Via rádio, contatou a estação do Aeroporto de Pelotas e com o Centro de Controle de Espaço Aéreo de Curitiba. Westendorff, então, ou a contornar a nave enquanto ela se deslocava. Na segunda volta, segundo o depoimento, a cúpula se abriu e um objeto com a forma de um disco saiu no sentido vertical, inclinou-se a 45 graus e voou rapidamente na direção do mar. O disco era três vezes maior que o avião. A nave, então, soltou fachos avermelhados pela cúpula ainda aberta e voou em alta velocidade, desaparecendo no céu.

Canoas - 05/03/2001

Por volta das 16h50min, o comandante de uma aeronave que se deslocava em direção a Porto Alegre avistou um objeto comprido e cilíndrico pairando em movimento pendular. No relatório, ele informou que o óvni tinha o comprimento de um Boeing 737 e era na cor branca. O avistamento durou cerca de um minuto. O céu estava sem nuvens. No relato informa que a "observação foi muito clara a ponto de motivá-lo a ligar para informar as autoridades e pediu que não envolvesse o nome da empresa para a qual trabalha".

 Santo Antônio da Patrulha - 06/10/2013

Por volta das 4h40min, um jornalista filmou por sete minutos, a partir do Morro da Pedreira, um objeto luminoso de formato arredondado e cor branca deslocando-se de forma aleatória, cruzando-se e agrupando-se em foco único. Não emitia sons e estava a uma distância do observador de cerca de 1,2 mil metros.


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