_ Parece que esse é o nosso momento. É algo que a gente não controla, não sabe se tem leite suficiente. Mas tem que acreditar no teu corpo e tentar focar em dar certo _ conta Taís.

Vantagens para mamãe e bebê

A nutricionista Camila Lehnhart Vargas, consultora em amamentação, lembra que são inúmeros os benefícios para o bebê que se alimenta do leite materno. Ela destaca a melhora da digestibilidade, da imunidade do bebê e da prevenção de alergias.
A longo prazo, o leite da mãe pode reduzir os riscos de hipertensão, obesidade e de colesterol alto _ sem falar que a amamentação ajuda no desenvolvimento das mandíbulas e da arcada dentária da criança.

Para as mães, também há vantagens. Entre elas, a redução da hemorragia pós-parto, a prevenção de câncer de mama e de colo uterino a acelerarão da perda de peso após a gestação.

Não desistir sem tentar muito

Amamentar envolve muito o "querer", a persistência da mãe em amamentar seu bebê, além de uma série de fatores externos e físicos. Fisioterapeuta da UTI Neonatal do Hospital Universitário de Santa Maria (Husm), Cláudia Goulart atua em um grupo multidisciplinar de apoio para mães e bebês. Frequentemente, ela lida com crianças prematuras ou portadoras algum problema de saúde que dificulte o aleitamento materno. Sua missão é garantir que o recém-nascido receba alimento do peito de sua própria mãe no período de internação.

Ela ensina as mamães a estimular a "descida" do leite, bem como métodos para esgotar o alimento que será servido para a criança. Além disso, prepara as mulheres para o momento da amamentação propriamente dita.

_ O importante é que a mãe sinta vontade de amamentar. Ela tem de ter o desejo e é preciso respeitar sua vontade. E que se torne este momento algo prazeroso, que  realmente beneficie o bebê e a mãe _ explica Claudia.

Ela lembra que, nos primeiros dias depois do nascimento, há muitas situações de dificuldade. As mães que am por cesárea, por exemplo, podem demorar mais para que o leite desça. Além disso, nos primeiros dias de amamentação, a mãe também pode ter dor ou febre, e precisará de cuidados para que não perca o desejo de amamentar.

_ É preciso tentar todas as possibilidades antes de desistir _ defende Camila.

Nos casos em que a mãe não produz leite, a alimentação indicada para o bebê são as fórmulas lácteas, que são especificadas conforme a faixa etária e devem ser usadas até o primeiro ano de vida.

_ Mas as fórmulas são indicadas em último caso, depois de se esgotarem todas as tentativas. É sempre importante que as mães que queiram amamentar procurem orientação de profissionais antes de desistir _ diz a nutricionista.

No primeiro ano, o leite industrializado ou de vaca é contraindicado, já que não têm os nutrientes necessários:

_ O leite de vaca tem um potencial alergênico bem elevado, além de ter baixo teor de ferro. É uma proteína mais agressiva, por isso, não é indicada.

DICAS

Livre demanda _
Nos primeiros meses de vida, é importante deixar o seu bebê mamar no horário em que ele pedir e a quantidade que ele quiser.
Hidratação _ Além de alimentar, o leite materno hidrata a criança. Portanto, as mães precisam tomar pelo menos 2 litros de água por dia.
Cafeína _ A cafeína, por ser estimulante, pode atrapalhar o desenvolvimento do bebê. Tanto na fase da gravidez quanto da amamentação é importante evitá-la. A nutricionista Camila Lehnhart Vargas diz que pode-se consumir, no máximo, duas xícaras pequenas de café por dia.
Cerveja preta é mito _ Quem nunca ouviu falar que cerveja preta ajuda a produzir leite? Mas isso é um mito. A bebida contém álcool, e seu consumo não é recomendado durante a gestação e a lactação.
De olho nos excessos _ Sal e açúcar demais nunca são bom aliados, portanto fique de olho na quantidade a ser consumida. Adoçante também não é recomendado.

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