- Determinar o que trará mais resultados, inclusive na perda de peso, é uma tarefa que envolve diversos fatores e análises, conforme as necessidades individuais de cada um - explica Givanildo Holanda Matias, personal trainer, especialista em Fisiologia do Exercício.

A opção por correr ou caminhar depende principalmente das condições do "atleta" iniciante ou que está retomando um programa de atividade física. Questões como nível atual de condicionamento físico e preferências pessoais devem ser levados em conta.

- O que determina a queima de mais ou menos gordura em qualquer atividade física é a intensidade do exercício. Essa queima também varia de acordo com fatores como idade, sexo, composição corporal, estatura e nível de condicionamento físico - ensina o fisiologista.

Matias esclarece que quando faz uma caminhada, a pessoa trabalha em intensidade mais baixa, e com isso a predominância maior é do trabalho aeróbio (em que o organismo utiliza o oxigênio em seu metabolismo).

- Uma caminhada de uma hora queima em média 480 calorias energéticas, das quais 70% são de gordura. Uma corrida queima o dobro de calorias, das quais apenas 30% ou 40% são de gordura - observa.

Isso se explica porque quando se começa a correr, a intensidade do exercício aumenta e, em contraponto, diminui a contribuição da gordura como fonte de energia. Em uma hora correndo, o gasto energético é maior, predominantemente pela queima de carboidratos. Daí a importância do consumo dessa categoria de alimentos (pães, massas, cereais, frutas) periodicamente.


Acompanhamento médico:

Independentemente da preferência de cada um, iniciar ou manter uma atividade física exige um check-up médico de manutenção, principalmente da pressão arterial e da frequência cardíaca - tanto em repouso quanto em movimento -, que podem "explodir" se não houver um controle adequado, mesmo quando o exercício é aparentemente leve.
- A segurança é o item principal para a opção, principalmente quando se trata de indivíduos mais velhos ou obesos, já que exercícios de alto impacto também podem sobrecarregar músculos, articulações e o sistema cardiorrespiratório - alerta.

Para ele, é interessante que a pessoa sedentária inicie uma atividade aeróbia com intensidade mais baixa, progredindo continuamente.

- Ninguém deve ter pressa para entrar em forma ou emagrecer. O bom desempenho vai naturalmente exigindo uma progressão contínua e gradual, que só otimizará o condicionamento físico e os resultados - garante.


Para quem já se decidiu pela caminhada ou pela corrida, ele dá algumas orientações básicas:

- Nunca se exercite em jejum. Com esse hábito, a pessoa pode chegar a um quadro hipoglicêmico (baixa glicose) ou de pressão baixa (hipotensão), tendo a sensação de tontura ou desmaio. Além disso, para queimar energia, é preciso que ela exista em reserva no organismo.

- Deve ser feito, ao menos, o consumo de uma fonte rica em carboidrato e proteína, seja fruta, barra de cereal, pãozinho, iogurte ou queijo, sem, obviamente, alimentar-se em excesso.

- Não existe um "horário ideal". A prática de exercícios matutinos, vespertinos ou noturnos depende da disponibilidade e da preferência individual.

- Alongue-se. Qualquer atividade física realizada sem alguns minutos iniciais de alongamento de membros superiores, inferiores e tronco pode resultar em distensões e cãibras - principalmente no tempo frio e pela manhã.

- Existem técnicas de corrida que analisam desde o tipo de pisada e o calçado mais adequado, até a progressão de ritmos.

- O ideal é procurar orientação profissional para um planejamento apropriado, que otimizará o cumprimento de metas estabelecido.

- É preciso preparo muscular. Para a obtenção de resultados, o ideal é associar atividades aeróbias - corrida, caminhada, natação, bicicleta, jogos de equipe - a um trabalho de fortalecimento muscular, seja com aparelhos ou em exercícios livres, utilizando o peso do próprio corpo, halteres, caneleiras e bolas.

- Se forem feitos de maneira recreativa, dinâmica e objetiva, atraem e incentivam ainda mais a pessoa.

Guto Kuerten / null
Embora boas aliadas para perder peso, não há consenso sobre que é mais eficaz
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