A visibilidade à frente da Pró-Arte credenciou Eva a assumir a direção do Theatro São Pedro, em 1975, por nomeação do então governador Sinval Guazzelli. Sua missão era comandar a reconstrução do espaço, que estava fechado desde 1973 por falta de segurança devido à má conservação. Foi o trabalho que a consagrou na vida pública. Em 28 de junho de 1984, o teatro inaugurado originalmente em 1858 reabriu as portas com pompa.
Desde a criação da Fundação Theatro São Pedro, em 1982, Dona Eva ocupou sua presidência. Chamou para si a responsabilidade de erguer um grande espaço em uma área anexa que seria um verdadeiro complexo cultural, com um novo teatro, um teatro-oficina, uma concha acústica, salas de ensaio, restaurante e estacionamento. Batizado de Multipalco, o ambicioso projeto começou a sair do papel em 2003, com previsão de inauguração em 2006.
Com dificuldades de captação de verba e entraves burocráticos, a obra atrasou mais de uma década e ainda não ficou pronta. O orçamento de R$ 20 milhões, como previsto originalmente, tornou-se de R$ 50 milhões. Partes do projeto foram inauguradas aos poucos. Atualmente, estão em funcionamento o estacionamento, as salas istrativas e de oficinas, o restaurante e a Sala da Música, onde ocorrem apresentações.
Além das duas filhas, Eva Sopher deixa quatro netos e sete bisnetos.
Pelas redes sociais, o governador José Ivo Sartori lamentou a morte de Dona Eva, a quem se referiu como uma "grande mulher, que dedicou uma vida inteira à arte e à cultura".
– Como legado, deixa sua luta pela preservação do Theatro São Pedro, o respeito da classe artística de todo o Brasil e o carinho e a consideração do povo gaúcho. Estamos decretando Luto Oficial de três dias no Rio Grande do Sul. Nossa solidariedade aos familiares – escreveu Sartori.
O Hospital Moinhos de Vento comunica o falecimento de Eva Sopher, ocorrido às 19h10 desta quarta-feira (7). Ela deu entrada no hospital em decorrência de uma broncopneumonia, que evoluiu para falência orgânica múltipla e parada cardiorrespiratória.
Dona Eva, como era conhecida, nasceu na Alemanha, mas desde a década de 1930 vivia no Brasil. Sua história estará sempre ligada ao Theatro São Pedro, do qual se tornou diretora em 1975.
Ela deixa como legado mais de 40 anos dedicados à cultura do Rio Grande do Sul e do Brasil. Com o seu exemplo, legado e amor à arte conquistou a iração e o respeito de todos os brasileiros.
Porto Alegre, 7 de fevereiro de 2018.