Mutirão global pelo clima
A confiança brasileira é sustentada por argumentos razoáveis. Em primeiro lugar, os EUA são superavitários nas trocas comerciais com o Brasil. O déficit norte-americano com o mundo, motivo de queixas de Trump, nada tem a ver com o país, portanto. Daqui também saem essencialmente produtos semiacabados de aço, que são beneficiados por indústrias norte-americanas para serem revendidos. A interrupção brusca desse fluxo prejudicará parte do próprio setor nos Estados Unidos. Ademais, o governo e o segmento siderúrgico brasileiro asseguram que conseguem demonstrar ser infundada a alegação da Casa Branca de que existiria uma triangulação e o aço que chegaria ao mercado norte-americano seria chinês. Se prevalecer a racionalidade, portanto, há um caminho para negociar uma solução, assim como ocorreu no primeiro governo Trump. A dúvida é se a razão, demonstrada por fatos, números e argumentos, desta vez será suficiente.
O mal-estar em relação à guerra comercial de Trump, porém, a a ser mais evidente inclusive nos Estados Unidos. Além dos alertas de que as sobretaxas terão efeito inflacionário, cresce o temor de que as atitudes do presidente norte-americano causem uma recessão interna, algo que nem o próprio Trump descarta. A conferir se o republicano vai mesmo arriscar ser responsabilizado por uma crise econômica só para manter a pose de durão.