Em um desses encontros Lula também falou sobre a importância do esporte em seu governo.
— Não sou especialista, mas tenho vontade de fazer tudo. O esporte não é gasto, é investimento. O Estado deve intervir porque as empresas não investem em atletas se eles não apresentarem resultados. Tem que mudar a visão da prática esportiva entre federação, estados e municípios.
Na conversa, que foi realizada em São Paulo, o então candidato chegou a citar o crescimento do vôlei como exemplo para outras modalidades, dando uma pequena pista de onde sairia sua escolha para o futuro ministério. Outro ponto abordado por Lula foi o futebol e ele deu indicativo de uma de suas bandeiras.
— Eu não gosto da ideia de torcida única. As pessoas têm medo de colocar a camisa de seus times — afirmou.
Entre os projetos que devem ser trabalhados está a criação do Sistema Único do Esporte, definindo o papel da União, Estados, Municípios e das entidades esportivas na oferta de políticas em um modelo próximo ao que ocorre com o Sistema Único de Saúde (SUS). Isto poderá assegurar participação, controle social e a otimização dos recursos públicos na área.
Outro objetivo é a melhoria da gestão e o futuro governo projeta implementar a Universidade do Esporte, visando à formação de profissionais voltados para a cadeia produtiva.
Mas com certeza o foco não ficará no esporte de alto rendimento. Com a experiência adquirida em mais de duas décadas com o Instituto Esporte e Educação, a ex-atleta buscará política bem mais ampla. Lembro de duas entrevistas que fiz com a agora ministra e sempre a preocupação com o social, com a educação, com integração esporte e sociedade para transformar sempre esteve nas palavras de Ana Moser.
A partir de agora a bola está com a nova ministra e a equipe que irá trabalhar com ela. E por tudo que a ex-atleta de 54 anos demonstrou em quadra e fora dela, não há dúvida que a escolha de seu nome é tão certeira quanto suas cortadas com a camisa 2 da seleção de vôlei.